abril 05, 2012

Bebia fantasias, rasgava o passado, nada temia.

Vias do tempo


odete ronchi baltazar

Esse tempo que deixei escorrer entre meus dedos,
não retorna mais,
assim como
meus amores perdidos,
na linha da vida.
Nas mãos,
o destino traçado,
infalivelmente,
se cumprirá.
E eu,
incapaz de deter as rugas e sulcos
que marcam meu corpo,
bebo os dias um a um,
passo a passo.
Pressa?
Para quê?
Meu dia, um dia, chegará...


Plenitudes


odeteronchibaltazar

Ela brincava de pássaro todos os dias:
asas plenas de voo,
pés suspensos,
prontos para abismos.
Luz da lua,
luz do sol,
pingos de estrelas...
Atendia ao chamado
de qualquer cantiga em dó.
Bebia fantasias,
rasgava o passado,
nada temia.
Por ser das noites e das manhãs,
viajava sempre só.
Tinha nas mãos,
sempre aladas,
sonhos de cristais e maresias.




Acendedora de estrelas

odete ronchi baltazar

Acendo luzes
todas as noites em meu pequeno céu.
Ilumino meu mundo,
meus lençóis e fronhas,
meus desejos e meus sonhos,
tiro do meu sono
todo o breu.
Enquanto brilham as estrelas
o medo se esconde,
fugidio,
entre as frestas deste chão.
Pingo distâncias e amores
em papeis translúcidos
que se desmancham
no côncavo da minha mão.






Odete Ronchi Baltazar: Formada em Literatura Brasileira, participou de várias antologias com escritores da internet. Publicou livros individuais: Só Poesia (poesias), Caixinha de segredos (poesias), Mentira ou verdade (crônicas).


2 comentários:

  1. Odete,
    encanta-me a sua poesia, mimos para o coração,
    beijos,
    Eliana Crivellari

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  2. Odete, meu obrigada por estar conosco, seu brilho enriquece Literacia. Que seja doravante, sempre!
    Abs, anamerij

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